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terça-feira, 25 de dezembro de 2012

AMAZÔNIA. MACAPÁ (AP). OS SIGNIFICADOS DO NATAL NO DECORRER DO TEMPO: MUDANÇAS

Lembro-me com fortes e vivas imagens os natais que passei em Macapá nos anos 1970. Naquela época, Papai Noel existia para mim. Que belas lembranças: os preparativos da ceia no dia 24; mas, a maior espera, a que mais tomava conta da minha mente era a do presente, que o Papai Noel, com toda certeza, traria. Ele não poderia me desapontar. Afinal de contas, ele existia.

O Papai Noel sempre se fez presente, deixando o meu presente (geralmente um carro de plástico) em cima do guarda-roupa de madeira. Ao acordar, no dia 25, meu primeiro olhar era para esse local, onde nos anos anteriores havia recebido os presentes.

Então, partíamos para a rua Ataíde Teive, entre Leopoldo Machado e Jovino Dinoá, onde com os demais colegas da rua, brincávamos o dia todo, numa alegria que só vivenciando era possível senti-la e, a partir de então, descrevê-la.

Agora, um fato curioso, que me intrigava bastante e que somente alguns anos depois foi desvendado: todos os anos, dois colegas, irmãos, ambos precocemente falecidos, recebiam os mesmos presentes: o mais velho deles, um carro tanque, o mais novo, um trem. Por que será que Papai Noel repetia os presentes apenas para eles?

Também tenho fortes lembranças da minha mãe armando a árvore de natal; quando pintava com spray prateado galhos de árvores secas, que conseguia na "Praia da Vacaria", atualmente, na área que foi aterrada no Governo Barcelos, nos anos 1980, na orla da cidade. Nessas árvores, minha mãe enrolava algodão e fixava pequenas bolas de natal,  ainda de vidro.

Mas  os enfeites compreendiam, também, uma chave e uma estrela, ambas de madeiras, que todos os anos eram recobertas com papel laminado, as quais eram penduradas no pátio de casa.

Com o decorrer do tempo, o Natal perdeu aquele encanto que havia, mormente quando descobri que o Papai Noel era minha mãe. Nesse mesmo momento descobri a resposta para aquela dúvida sobre a razão de o Papai Noel dar os mesmos presentes aos dois colegas acima mencionados.

Contudo, as boas lembranças ficaram, lembranças que guardarei por toda minha existência. Ademais, tornei-me Papai Noel para meus filhos, que também viveram momentos felizes, envolvidos por esse evento, criado pelo homem para simbolizar o nascimento de Jesus Cristo, alegrar as crianças e os adultos, que trazem consigo a criança que vivenciou nos natais.

Assim, desejo um Feliz Natal a todos, mesmo àqueles que não puderam ou não souberam vivenciá-lo na infância! 

Em tempo: gostaria de apresentar nomes dos colegas com os quais vivenciei os natais dos anos 1970 em Macapá, mas não tive tempo para contatá-los, nem tampouco com os familiares daqueles que já faleceram, visando obter autorização.
















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